dimanche 27 juin 2010

A VIDA É UMA PASSAGEM

Após quatro anos de publicações regulares, cabe-me a mim, pela primeira vez, a árdua mas também gratificante tarefa de escrever o editorial do Chama Viva.
Gratificante porque é para mim um privilégio poder falar, neste espaço, de um missionário português que há doze anos chegou à Suíça, para uma pequena comunidade do norte do cantão de Vaud, tornou-se sacerdote moderador da Missão Católica de Língua Portuguesa em Lausanne, e assume desde Janeiro de 2007 o cargo de coordenador das Missões Católicas de Língua Portuguesa (MCLP) da Suíça. Na hora da sua despedida / partida para “outras paragens” é justo prestar-lhe a devida homenagem.


A vida, meus amigos, é uma passagem. Nesta passagem, encontramos desafios, problemas, surpresas boas, tristezas e alegrias. Ao nascermos deparamo-nos com algumas pessoas que julgamos estarão sempre ao nosso lado. Infelizmente, isso não é verdade; nossos pais e irmãos passam um tempo connosco e vão-se. O mesmo acontece com os amigos de infância, com os colegas da sala de aula, com os professores; eles chegam, cativam-nos e um dia a vida leva-nos para longe deles.
A vida, dizia eu, é uma passagem. Felizes daqueles que deixam o seu legado, como ela nos tem deixado. O legado de saber proporcionar alegrias e felicidade aos que encontramos na caminhada.
Pois bem, num curto espaço de tempo, o homem de quem falo deixa um legado invejável à nossa Missão: a festa de Natal das crianças da catequese, o aparecimento do grupo de j ovens “Tugas” e do coral infantil (ou juvenil, como ele próprio prefere chamar-lhe) “Os Quinas”, o aparecimento deste boletim “Chama Viva”, kermesses, a formação de grupos de acólitos, de leitores, etc., etc., etc.
E, acima de tudo, esse projecto quase megalómano de fazer da nossa Missão uma grande Missão Católica de Língua Portuguesa no Cantão de Vaud! Chegar aí não foi fácil nem simples, não foi uma recta de auto-estrada, tivemos precalços, obstáculos, noites em claro... Mas alcançamos esse degrau que tanto almejávamos, não somente como sendo o fim da estrada, mas como o príncipio de uma nova jornada que a todos entusiasma.

Através das páginas deste jornal tivemos a oportunidade de ler as suas reflexões, tão gentil e sabiamente escritas. Também os seus desabafos! Ao longo dos (poucos) anos que passou entre nós sempre mostrou ser um homem que pauta sua vida pela simplicidade, um ser humano dotado de sabedoria, despojado de orgulhos, com um coração puro e bondoso, onde o bem, a caridade, o amor, a dedicação, sempre tiveram prioridade absoluta. São estas qualidades que dão colorido à vida...

Peço desculpas por me faltar o pragmatismo suficiente para cumprir aqui a minha tarefa de agradecer, mas sobra-me ternura e simpatia para fazê-lo com emoção e sinceridade.
Resta-me então dizer-lhe: MUITO, MUITO OBRIGADO PADRE ALOÍSIO, já estamos com saudades suas. Que Deus o acompanhe e o ilumine na sua nova caminhada, pois como você próprio diz “a minha vontade é estar completamente livre e disponível para quando e onde Deus me chamar, sempre na alegria do serviço e com generosidade”.

José Martinho

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