dimanche 27 juin 2010

1969-2010 - PADRE MÚRIAS, JUBILEU EM ANO SACERDOTAL

Para além de todos os motivos que o Padre António Múrias de Queirós, com toda a Igreja, têm para agradecer e louvar ao Senhor pelo dom dos cinquenta anos de sacerdócio, há, ainda, o suplemento de esta celebração decorrer em pleno Ano Sacerdotal.
Para um olhar distraído tratar-se-á apenas de mera coincidência; já a sabedoria cristã descobre neste detalhe um profundo significado.


De facto, quando o Santo Padre apresenta a «Carta de Proclamação de um Ano Sacerdotal» e atribui ao 150º aniversário do dies natalis do Santo Cura d’Ars a circunstância desta efeméride, demonstra bem o quão importante é, para a realidade do próprio Sacerdócio, o exemplo de vida dum sacerdote.
Da relevância que a vida do Cura d’Ars teve e tem para a construção e compreensão da grandeza e da dignidade sacerdotais retiramos, entre outros, o seguinte dado: para o Sacerdócio, enquanto tal, é determinante o modo como cada sacerdote interpreta e vive esse dom concedido pelo Senhor.
Quem teve a graça e o privilégio de conviver e trabalhar com o Padre Múrias ao longo destes anos, só pode testemunhar que a sua vida de dedicação e fidelidade não honra apenas um padre, mas enobrece a própria dignidade e excelência sacerdotais.

O Senhor que o chamou é o mesmo que o tem sustentado, acompanhado e guiado.
O «sim» que então proferiu – o Padre Múrias não tem cessado de o renovar em cada dia que passa. Isso sentimo-lo na alegria com que se entrega à missão e na disponibilidade com que acolhe quem o interpela, ou lhe pede ajuda, ou, simplesmente, o procura para lhe contar a última anedota.

A intenção do Papa com a proclamação do Ano Sacerdotal consiste em “contribuir para fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um seu testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo.”
Esta renovação interior que deve comprometer os sacerdotes, e todo o povo cristão, surge mais espontânea e naturalmente quando há exemplos palpáveis de alguém que ofereça um testemunho evangélico vigoroso e incisivo.

Nessa medida, as nossas comunidades não podem celebrar as bodas de ouro sacerdotais de alguém sem se sentirem profundamente interpeladas pela sua fidelidade à vocação e ao múnus sacerdotal. Assim sendo, esta é uma graça que o Senhor nos concede este ano – a de termos tão perto de nós um estímulo tão vivo que nos ajuda a realizar os propósitos do próprio Ano Sacerdotal.
Evocando o Cura d’Ars, o Sucessor de Pedro recorda que “o sacerdócio é o amor do Coração de Jesus”; os sacerdotes são um dom imenso para a Igreja e para a humanidade. O espírito do presente Ano é o do louvor e o da gratidão ao Senhor da messe. Um louvor que brota do nosso coração de forma espontânea e natural. A vida é Eucaristia, literalmente.
A nossa Missão foi, portanto, duplamente agraciada: porque se, por um lado, a efeméride do Ano Sacerdotal a interpela e provoca, por outro, o evento dos cinquenta anos de sacerdócio do Padre Múrias coloca-a no espírito aconselhado e requerido.
Não haja dúvida. Para a nossa Missão, esta “coincidência” revela claramente um dedo providencial.
De resto, os demais aspectos referenciados a propósito do Ano Sacerdotal são-nos, a todos nós, bastante familiares. Fazem parte do ADN desta Comunidade que o Padre Múrias há muito serve: presença dos leigos na missão da Igreja; anúncio da Misericórdia de Deus; tempo e disponibilidade para os mais necessitados, espaço para a Reconciliação, etc., etc. E se esta riqueza de graça e bênção faz parte da radiografia da nossa vida, a ela não pode ser alheio o facto de termos sido guiados por aquele de quem hoje celebramos cinquenta anos de sacerdócio.


A ele, muitos parabéns.
Celebrar as suas bodas de Ouro em Ano Sacerdotal é apenas mais uma das graças de Deus, a Quem nós, com ele, louvamos e agradecemos.


Pe. Aloísio Araújo

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