dimanche 14 mars 2010

ENCONTRO DE COORDENADORES DA PASTORAL DOS EMIGRANTES DE LÍNGUA PORTUGUESA DA EUROPA

Reunidos em Londres de 8 a 10 de Fevereiro de 2010 no encontro anual dos Coordenadores da Pastoral das Comunidades de Língua Portuguesa da Europa, presidido por D. António Vitalino Dantas, Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana, e com a presença de Fr. Francisco Sales Diniz, ofm, Director da Obra Católica Portuguesa de Migrações, estiveram presentes delegados dos sete países com maior expressão de presença portuguesa na Europa: Reino Unido, Alemanha, França, Suíça, Luxemburgo, Bélgica e Holanda. O Encontro contou também com a participação do Dr. Marco Schmid, Director da Migratio da Suíça, com a visita de Monsenhor James Cronin, responsável das comunidades estrangeiras da Diocese de Southwark, assim como de D. Patrick Lynch, Bispo Auxiliar de Southwark, responsável pela pastoral das migrações na Diocese. Em momento celebrativo salientamos a presença do Cônsul Geral de Portugal, do Vice-Cônsul do Brasil, assim como de diversos sacerdotes que falam português e, de uma forma ou de outra, colaboram na pastoral com as comunidades de língua portuguesa.
O encontro realizou-se nos espaços da Paróquia de Fulham, salientando-se o excelente acolhimento e organização da Missão Católica de Londres.
Analisando a realidade da emigração actual e a situação concreta em cada país os participantes no encontro constataram:

1 – Continuam a sair muitos portugueses de Portugal, os quais emigram pela primeira vez, particularmente para o reino Unido, Suíça, França e Luxemburgo.

2 – A tipologia desta nova emigração é diversa da do passado, pois é essencialmente constituída por gente muito jovem, com formação académica, técnica e profissional.

3 – Muitos destes novos emigrantes levam consigo todo o agregado familiar, com filhos muito pequenos, em idade escolar.

Face a este fenómeno questionamo-nos sobre o papel que compete aos agentes pastorais junto dos emigrantes de língua portuguesa nos diferentes países da Europa. Sentiu-se a necessidade de reformular e de repensar os objectivos da pastoral junto dos nossos emigrantes, a fim de sabermos para onde caminhamos e de não cairmos em polémicas estéreis à volta de termos, e práticas correspondentes, como integração, inserção, participação, comunidades multiculturais e plurilinguísticas, etc. Nesta linha chegamos às seguintes conclusões:

1 – Para tornar mais efectiva a ajuda aos nossos emigrantes, de acordo com a Instrução “Erga Migrantes Caritas Christi”, a figura do Coordenador nacional continua a ser de importância vital, pois nota-se que onde a Coordenação Nacional está bem organizada, também a pastoral está e funciona melhor.
2 – Tendo em conta que fenómeno da emigração veio modificar o quadro cultural, social e eclesial dos países de acolhimento, as estruturas sociais e eclesiais de actuação junto dos emigrantes devem ter em conta que também os emigrantes sofrem, nas suas vidas, esta transformação.

3 – Os agentes pastorais devem interagir junto dos emigrantes e das suas famílias para aproveitarem as estruturas de formação do país de acolhimento em ordem à sua promoção humana e profissional integral e, assim, estarem mais preparados para enfrentar as crises que se lhes vão deparando ao longo da vida

4 – Sabendo que a nossa missão prioritária é na área da iniciação cristã, há que encontrar novas formas adaptadas à mutação cultural e à tipologia das novas gerações. Repetiu-se, mais uma vez neste encontro, a necessidade de rever as estruturas de catequese, de pastoral dos jovens, de pastoral sacramental e de pastoral da família.

5 – Há que ajudar os emigrantes a interagir de modo responsável na sociedade e na Igreja de acolhimento, de modo a não se tornarem invisíveis e insignificantes na sociedade e poderem vir a exprimir e viver a sua fé na língua do país de acolhimento.

6 – Sente-se a necessidade de uma atenção pastoral particular aos doentes e idosos, tendo em conta o envelhecimento das primeiras gerações e muitos viverem em situação de solidão, isolamento e fragilidade física.

7 – O contacto mantido com os responsáveis e membros da Comunidade de Londres, levou os participantes a sentirem a urgência de um investimento em meios pastorais, humanos e físicos, neste país. Assim salienta-se a necessidade de promover o diálogo entre as Comissões Episcopais de origem e de acolhimento, no Reino Unido e nos outros países.

8 – É necessário rever a nossa pastoral em alguns países da Europa onde continuam a chegar novos emigrantes. Para enfrentar esta situação de modo mais adequado e atendendo à falta de vocações para os ministérios ordenados, sentimos a necessidade de unir forças e encontrar quadros de referência de acordo com as orientações da Instrução “Erga Migrantes Caritas Christi”. Por exemplo a criação de estágios de formação em meio migratório para candidatos ao trabalho pastoral junto dos emigrantes.

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