samedi 13 mars 2010

ANO SACERDOTAL

Este Ano Sacerdotal, leva a que a minha reflexão de hoje abarque precisamente sobre o dom que é o ministério sacerdotal.
Creio, firmemente, e acima de tudo, que o sacerdócio ministerial não é nunca um privilégio ou um bónus, dado a alguns! Ser Padre não é nunca ser-se ou julgar-se um mais importante! Não é, não pode ser, de forma alguma, um sinónimo de poder ou de glórias humanas! Ser Padre não poderá ser nunca uma profissão ou uma carreira a seguir, com promoções ou nomeações a ambicionar!
Ser Padre, isso sim, é precisamente o contrário.

O Padre de hoje – e de sempre – tem a nobre missão de abençoar este mundo e esta humanidade em nome d’Aquele que tanto ama o mundo (cada homem concreto) que lhe entregou o Seu próprio Filho. Ser Padre é ser presença constante de Deus em qualquer lugar, a qualquer hora e em qualquer circunstância. É ser o mais possível – para lá da sua fragilidade e humanidade – rosto de Deus que acolhe e ama sempre os seus filhos arrependidos, que ama, que toca, que exorta e desafia, sempre em nome de Deus, que é manifestamente amor, pois Ele é sempre Aquele que Se apresenta ao mundo de braços abertos, suspenso numa Cruz, de Coração trespassado!

Sempre, sem medos nem vergonhas, sem ambicionar aplausos nem pactuar jamais com elitismos e posições «politicamente correctas», o Padre é chamado a ser «espelho» íntegro e fiel de um Deus pobre, humilde, despojado e exigente, radical e terno, que a cada coração desafia à mais bela das aventuras: a santidade, isto é, a comunhão e identificação com o pulsar desse Coração de Amor.
Padre é ser o cumprimento permanente da promessa de Deus feita ao seu povo: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração”, a fim de edificar a Igreja santa, conseguida e conquistada pelo preço indizível de um Sangue derramado…
Ser Padre é tentar ser, em cada dia, outro Cristo, amigo de cada coração e não apenas de uns quantos, privilegiando os mais débeis, os mais fracos, os mais carentes, anunciando um Evangelho inconformado e provocador, que busca a paz em todos os corações. Ser Padre é ser vez e ser voz, a propósito e a despropósito, dessa Verdade maior e definitiva, chamada Evangelho, onde convive sempre nesse anúncio do Reino toda a denúncia veemente de tudo quanto, no mundo e na Igreja, se apresenta como antítese desse mesmo projecto divino!
Ser Padre é querer ser todo de Deus. Do Deus do Evangelho e nunca dos deuses que se constroem em tantas cabeças e consciências de acordo com critérios, objectivos, sensibilidades, relativismos e subjectivismos pessoais! Ser Padre é querer não ter verdades para acolher e anunciar a Verdade que é Cristo; é não ter vontades para viver e propor livremente a vontade de Deus…
Diante de nós, a oportunidade de olhar cada Sacerdote como bênção de Deus para o mundo e a Igreja; a oportunidade de, em vez de deles falarmos levianamente, em vez da crítica relativista e ligeira, em vez de um olhar supérfluo e limitado, por eles rezarmos dedicadamente e ao Bom Pastor pedirmos a graça da sua fidelidade e santificação.

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