samedi 6 juin 2009

UM DOMINGO NOS ALLEVAYS

Bem perto de Nyon, na estrada que nos leva até Saint-Cergue, antes mesmo de começarem as muitas e apertadas curvas que são o tormento dos motoristas, fica o Chemin des Allevays. À esquerda de quem sobe, após as gasolineiras…Um caminho estreito, que passa quase despercebido, quase sem se dar por ele…vai, afinal, dar a um local muito agradável.
Foi para lá que, no Domingo, 17 de Maio, se dirigiram, ao longo de toda a manhã, muitas famílias portuguesas. Famílias que residem ao longo da «Côte»… Que vivem em Morges… em Etoy… em Nyon… em Genebra…
Que se passa ali nesse dia, para que afluam tantas famílias? Será um piquenique? Será uma festa? Será uma concentração de portugueses? Vêm apenas para se divertir ou haverá algo mais?
Por voltas das 11 da manhã, já com algum atraso (à boa maneira portuguesa) começam a ouvir-se cânticos. Parecem cânticos de igreja! Andará por lá algum padre? Haverá missa? Ou será procissão? Ou será o terço? São cânticos gravados ou cantados ao vivo? Estará por ali um coro – pois ecoam pelas redondezas afinadas vozes, tanto femininas como masculinas – ou será que, afinal, ouvimos um CD com cânticos de Fátima? Bem vistas as coisas, tratava-se do coro que juntou as comunidades de Nyon, Etoy e Morges… E que bem cantaram!

E, falando de Fátima, é verdade que estes cânticos que se ouvem são mesmo os que por lá se cantam… A treze de Maio, Salve nobre Padroeira… Tratar-se-á de alguma Festa em honra de Nossa Senhora? E será que vai haver terço e procissão? É certo que estamos no mês de Maio… Mês de Maria… Mês das Mães…
Oh, e quem sabe se não será isso mesmo? Uma Festa das Mães, no mês que é da Mãe?… Quem sabe? «Oiça lá, que Festa é esta? - Fique para ver, amigo!».
Já se reza o Pai-nosso, a Ave-Maria…
Já se canta a Treze de Maio…
Já os mais fanáticos do jogo guardam o baralho de cartas para mais tarde…
Já se ouve o «Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»…
Já se ouve, antes do cântico final, o «Ide em paz e o Senhor vos acompanhe».
Graças a Deus, responde a multidão. Graças a Deus por este encontro: pela oração do terço, rezado com verdadeira fé, aos pés da imagem da Virgem de Fátima. Graças a Deus por esta Eucaristia, que uniu num só louvor as três comunidades da «Côte» (Morges, Etoy e Nyon). Graças a Deus por este dia, passado entre a Oração, o Convívio e a Amizade.
Ao almoço, cada um comeu do que trouxe. E quem não trouxe nada…
A meia tarde houve tempo para nos deliciarmos com o Rancho Português de Genève e o Rancho «As Andorinhas» de Morges. Uma hora da boa música tradicional portuguesa, dançada e bailada num genuíno «palco» de relva! Ao lado, à distância de uma valente bolada, jogava-se o futebol, sem cansaços, nem interrupções… Os miúdos são assim. Houve alguns que não largaram a bola, das 10 da manhã às 7 da tarde. Fizeram um intervalo de 10 minutos, quando as mães os obrigaram a ir comer qualquer coisa…
Entretanto, os grupos de jovens presenteavam as mães com canções, poemas e declamações…E que bem que o fizeram! Parabéns, jovens!
Já a tarde começava a declinar e ainda houve tempo para a procissão com o andor da Senhora de Fátima e o cântico do adeus à Virgem. Foi bonito e comovente.
E antes que o pessoal abalasse – o dia seguinte era de trabalho e o português, quando se trata de trabalhar, não brinca! – foi a todos oferecida uma sardinhada. Que saborosa que estava! Foi oferta da Comunidade de Nyon, que não se poupou a esforços para que a Festa das Mães deste ano fosse um grande momento de convívio e fraternidade entre os portugueses e, particularmente, entre as comunidades da «Côte». Parabéns a Nyon e às outras comunidades, que se uniram para que tudo corresse pelo melhor. E para o ano há mais, se Deus quiser.


Pe. José Anastácio Alves

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