lundi 27 décembre 2010

O PRESÉPIO

Por que nós cristãos fazemos o Presépio? Na verdade não é um ritual como os outros, ligados à tradição natalícia, mas é fazer reviver num lugar, muitas vezes personalizado com elementos novos, o acontecimento mais extraordinário e único da vinda do Salvador na historia humana. Desde a encarnação até ao nascimento de Jesus há a espera vigilante dos fiéis que na frente da manjedoura vazia esperam com Maria “os dias do parto”, os dias do nascimento do Salvador.
São os evangelistas Lucas e Mateus que descrevem pela primeira vez o “Auto Sacro” que vemos realizado ainda hoje, graças à iniciativa de São Francisco de Assis. - Ele foi o responsável pela composição do primeiro Presépio.

Foi feito na noite de Natal de 1223, em Grécio (Rieti - Italia), o “Auto” do nascimento de Jesus em Belém, num cenário natural e com personagens reais, todos envolvidos na lembrança do Acontecimento Sagrado. O amor e a devoção da “Encarnação da Palavra de Deus” e a necessidade de ver também com os olhos do corpo a fragilidade e a pobreza que foi circundando Jesus no seu nascimento, foi o motivo que estimulou São Francisco de Assis a fazer o Presépio. O exemplo de São Francisco fez escola e a devoção ao Menino Jesus tornou-se tradição na espiritualidade franciscana e em toda a Igreja.
O maravilhoso “auto” de Natal, que toma durante o passar do tempo o nome latim de “praesepium”, isto é “manjedoura”, de um lado estimula a fantasia dos primeiros cristãos, aparecendo para eles o mistério menos escondido de um Deus que se fez homem, de outro lado leva-nos a sublinhar alguns aspectos transcendentais como a divindade do Menino e a virgindade de Maria.
O Presépio é um “auto” rico de símbolos. Aparecem no Evangelho de São Lucas a manjedoura, a adoração dos pastores e a presença dos anjos no céu. Outros elementos pertencem a iconografia própria da arte sagrada: Maria com um véu azul que simboliza o céu, o boi e o burrinho que não podem faltar em todos os Presépios, vêm de uma antiga profecia de Isaías que diz: “o boi não reconheceu o seu patrão ...”. A gruta ou a estrebaria, onde nasceu o Messias não aparecem nos Evangelhos canónicos, porém segundo a tradição, foi construída a Basílica da Natividade neste lugar. Também temos poucas informações pessoais dos reis magos no Evangelho de São Mateus. Encontramos em documentos arménios antigos os nomes destes sábios orientais: Melkon, Gaspar e Balthasar. Assim eles entraram no presépio como símbolos das populações conhecidas naquele tempo, ou seja Europa, Ásia e África.
Fazemos o Presépio porque na simbologia natalícia por excelência, exprimimos o desejo de preparar um lugar interior para o Emanuel, Deus conosco, que vem habitar entre nós. Da esperança se passa a alegria, da espera ao nascimento, do Advento ao Natal, da realização do Presépio à contemplação do Menino Jesus.
Pe. Hélder da Silva

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