vendredi 13 mars 2009

ANO PAULINO

S. Paulo, migrante, Apóstolo das Gentes

1 Cor 6, 13-20: Os vossos corpos são membros de Cristo

“... hoje o Filho de Deus e de Maria fala-nos também através da Igreja e do sucessor de Pedro, o Santo Padre, convidando-nos a celebrar o dia mundial do migrante e do refugiado. Na sua mensagem para este dia o Papa Bento XVI apresenta-nos S. Paulo como migrante e apóstolo das gentes, isto é, de toda a humanidade, sem exclusão de nenhum povo. Ao apresentar S. Paulo como modelo para a missão da Igreja junto de todos os deslocados das suas terras de origem, seja por motivos económicos seja forçados pelo desrespeito da sua dignidade, dos seus direitos como cidadãos, o Santo Padre desafia-nos a acompanhar estas pessoas, a defendê-las e anunciar-lhes o Evangelho da verdade, da sua dignidade de filhos de Deus e irmãos nossos, sendo solidários com eles e acompanhando-os no caminho para a pátria definitiva. S. Paulo soube tornar-se próximo de todos, sem acepção de pessoas, exortando-os a viverem a sua liberdade de filhos de Deus, de concidadãos de uma pátria, onde não há homens livres e escravos, estrangeiros e cidadãos, mas um só povo de irmãos.
É este mesmo S. Paulo de quem hoje escutámos um excerto da sua primeira carta aos Coríntios, uma comunidade formada na sua segunda viagem apostólica e que se deixou seduzir por alguns costumes pagãos, indignos da sua pertença a Cristo e da sua identidade de filhos de Deus. Aos Coríntios outrora, como a nós, hoje, Paulo diz-nos que somos templos do Espírito Santo e que fomos resgatados da escravidão do pecado pelo dom da vida de Cristo na cruz. Por isso já não somos pertença dos poderes deste mundo, mas de Cristo e devemos viver de acordo com essa pertença e dignidade.
Disto devemos ser também testemunhas no mundo de hoje, fazendo-nos eco das exortações de S. Paulo junto dos nossos irmãos migrantes, não ficando calados e inertes perante a exploração dos estrangeiros na nossa sociedade, a quem muitas vezes é roubada a sua dignidade, separando-os das suas famílias, não retribuindo com justiça o seu trabalho ou explorando os seus corpos como mercadoria de prazer dos nossos vícios. Afinal não temos consciência de que o pobre e o estrangeiro são o rosto de Cristo e templos do Espírito Santo? Como ousamos atentar contra a dignidade da pessoa humana e contra Deus, fazendo dos nossos corpos instrumentos do mal, da corrupção, da degradação do ser humano?”...

Extracto da homilia feita por D. António Vitalino,
no encerramento das jornadas sócio-pastorais das migrações

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