jeudi 12 février 2009

O CARNAVAL

O Tempo Comum da nossa liturgia católica é dividido pelos Tempos da Quaresma e da Páscoa. Ao terminar esta primeira fase do Tempo Comum, entre o Natal e a Quaresma, temos a festa do Carnaval, que claramente não sendo litúrgica no sentido estrito, terá a sua origem na liturgia, marcando contraste com a Quaresma.
O Carnaval não tem data fixa, pertence ao conjunto de festas regidas pelo ano lunar. Como a data da Páscoa é marcada pelas fases da Lua, também a Quarta-Feira de Cinzas o é, por relação com a Páscoa, e por consequência a Terça-Feira de Carnaval.

Assim, a festa carnavalesca talvez tenha surgido a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa, pela Igreja católica, antecedida por quarenta dias de jejum: a Quaresma.
Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma.
O termo Carnaval pode ter origem nas expressões latinas: carne vale (adeus carne, que se deixava de comer a cada sexta-feira da Quaresma), ou car navalis = (espécie de ferry boat, donde terá vindo a ideia dos carros alegóricos).
Em geral, o Carnaval é à terça-feira, antes da Quarta-Feira de Cinzas, mas pode ter a duração de três dias, os dias que antecedem a celebração das Cinzas, início da Quaresma.
Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes do início da Quaresma. Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinónimo de Carnaval.
Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes.
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os bailes de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos.
Ao carácter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando os formatos actuais.
O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro inspirar-se-iam no Carnaval francês para implantar as suas novas festas carnavalescas.
Actualmente, o Carnaval de Salvador, Brasil está no Guinness Book como a maior festa de rua do mundo.
Em Portugal, existe uma grande tradição carnavalesca, nomeadamente os Carnavais da Ilha da Madeira (donde terão saíram os imigrantes que terão levado a tradição do Carnaval para o Brasil, Ovar, Podence, Loulé, Sesimbra, Rio Maior, Torres Vedras e Sines, destacando-se o de Torres Vedras, Carnaval de Torres, por possuir talvez o Carnaval mais antigo e dito o mais português de Portugal, que se mantém popular e fiel à tradição rejeitando o samba e outros estrangeirismos.


Juntamente com o Carnaval de Canas de Senhorim com perto de 400 anos e tradições únicas como os Pizões, as Paneladas, Queima do Entrudo, Despique entre outras.
Nos Açores, mais propriamente na ilha Terceira, reside uma das formas mais peculiares do Carnaval em Portugal, as Danças e Bailinhos de Carnaval. Esta tradição, tida como a maior manifestação de teatro popular em Portugal, remonta ao tempo dos primeiros povoadores e reflecte um estilo teatral bem ao jeito dos Autos vicentinos.

Carnaval da Suíça
O carnaval suíço começa com a quarta-feira de cinzas, na madrugada escura (inverno, norte dos Alpes). A iluminação pública é apagada e lanternas enormes ilustrando motivos políticos e sociais são iluminadas. Músicos com flautas piccolo e tambores passeiam pelas cidades.
Na Suíça Central tudo se concentra mais antes da quarta-feira de cinzas e no fim-de-semana anterior. Bandas com percussão e instrumentos de sopro, desfilam carros alegóricos que comentam motivos políticos e sociais. Como a agricultura era muito importante antigamente, o sino de vaca também está presente. Ou dois sinos ao lado do corpo, sendo carregados com um pau sobre os ombros; ou um sino nas costas seguro por cinto muito largo em volta da barriga.

Pe. José Carlos

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