lundi 29 novembre 2010

“LUZ DO MUNDO”: UM LIVRO QUE FAZ HISTÓRIA

O lançamento do livro-entrevista do Papa Bento XVI, "Luz do mundo", recebeu um enorme acolhimento.
A procura tão extraordinária deste livro do jornalista alemão Peter Seewald levou a editora alemã Herder a dobrar o número de exemplares nesta primeira semana.
Inúmeros comunicadores de diversas partes do mundo estavam a preparar-se para o grande impacto das respostas do Pontífice. Falava-se da força explosiva dos conteúdos, inclusive de uma revolução espiritual.
Mas as respostas do Papa, apresentadas nestas 240 páginas, não têm, à primeira vista, nenhum conteúdo revolucionário. A mensagem de Bento XVI, recolhida na intimidade de diálogos pessoais com Seewald, destaca-se de forma extraordinária porque é Evangelho actualizado, Boa Nova dos nossos tempos.

Nesta longa entrevista, Bento XVI fala sobre as questões do Homem, do mundo, e da Igreja, dando a conhecer também facetas pessoais.
As declarações do Papa sobre o preservativo arriscam-se a ofuscar o resto deste livro, cujo conteúdo promete ser interessante.

Não é sempre que um Papa revela como faz quando reza, quais os seus santos preferidos e o que lhes diz quando está aflito, como sente alegria em ser cristão e, ao mesmo tempo, se sente mendigo perante Deus.
Fala das dificuldades e ataques ao seu pontificado, do choque que sofreu com a dimensão da pedofilia na Igreja e da acção de tantos media que não buscam a verdade, mas procuram ridicularizar e desacreditar a Igreja.
Bento XVI denuncia o actual conceito de tolerância como inimiga da verdadeira liberdade; considera que a proibição generalizada da burka é injusta para as mulheres que a querem usar, diz que os muçulmanos têm direito a construir mesquitas no Ocidente, mas espera que os cristãos possam também celebrar missa e ter igrejas nos países muçulmanos.
O Papa fala da droga da banalização da sexualidade e da SIDA – é neste contexto que se refere ao preservativo – reafirmando ainda como válidas as perspectivas da Humanae Vita.
E tal como João Paulo II, Bento XVI diz não ao sacerdócio feminino, porque a Igreja não pode fazer o que quer, mas sim obedecer ao mandato de Cristo.
Esta obra resulta de uma terceira entrevista de Peter Seewald a Ratzinger. Nas duas anteriores – com grande sucesso editorial e intituladas “O sal da terra” e “Deus e o mundo” – Ratzinger era ainda cardeal.

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