mercredi 21 janvier 2009

DESTAQUE: MISSÃO CATÓLICA DE LÍNGUA PORTUGUESA - VAUD ANIMA CELEBRAÇÃO NA CATEDRAL DE LAUSANNE

Exactamente um ano depois da sua constituição como tal, a Missão Católica de Língua Portuguesa – VD viveu o momento mais alto da sua ainda tenra idade: o “ex-libris” da cidade e do cantão abriu-lhe as suas portas para a celebração da Palavra.
Convidada pelo Conselho das Igrejas Cristãs do cantão de Vaud, foi com enorme alegria que a nossa Missão animou, no passado dia 11 de Janeiro, a oração da tarde na Catedral de Lausanne, por ocasião da Solenidade do Baptismo do Senhor.

Construída na colina do velho centro urbano, a Catedral de Nossa Senhora de Lausanne domina a cidade. Trata-se de um monumento da segunda metade do séc. XIII, de estilo maioritáriamente gótico, edificado em pedra sedimentar, que se acumula nas bacias periféricas das cordilheiras das montanhas. Foi consagrado à Virgem Maria em Outubro de 1275 na presença do Papa Gregório X. A sua estrutura inabitual, com a abóbada ligeiramente inclinada em relação ao eixo da nave, supunha representar Maria inclinando a cabeça sobre o seu filho.
Na Idade Média, a Catedral de Lausanne era um grande lugar de romaria, acolhendo cerca de 70’000 peregrinos por ano, numa época em que a cidade não contava mais de 7’000 habitantes.

Presidida pelo Pe. José Carlos Barroso, acompanhado de todos os Sacerdotes das cinco zonas pastorais da Missão (Lausanne-Renens, La Côte, Riviera, Nord vaudois e La Broye), e embelezada pelas lindíssimas melodias do grupo coral de Lausanne, esta celebração revestiu-se de especial importância, se tivermos em linha de conta que, com a chegada das gentes de Berna e a adopção da Reforma protestante, o edifício foi dedicado em 1536 ao culto calvinista. No entanto, desde 2004, algumas Eucaristias foram também autorizadas, sinal da grande abertura de espírito das autoridades protestantes locais. Actualmente, a Catedral de Lausanne acolhe regularmente celebrações ecuménicas, bem como manifestações culturais e concertos.

Cerca de 800 fiéis assistiram a esta celebração. Irmãs e irmãos portugueses vindos de todas as partes do cantão, que preencheram por completo as cadeiras da Catedral, e onde podíamos igualmente notar a presença de diversas autoridades, nomeadamente Jean-Robert Allaz, Vigário episcopal, Olivier Français, representante do executivo e Jacques-André Haury, deputado, protestante, mas principal instigador da abertura da Catedral aos católicos, receando que o aspecto cultural do monumento se sobrepusesse ao aspecto religioso.

Ao longo da sua homilia, o Pe. Aloísio Araújo não deixou de referir o significado da festa do Baptismo do Senhor, realçando o facto de Jesus vir ao Baptismo de João. Sem levantar a voz, sem alarido, nem importância, sem se fazer rogado, Jesus veio ao Rio Jordão, para ser baptizado! Sem mácula de pecado, entra naquela fila soturna dos pecadores. Não como os outros, por desejo ou necessidade de conversão, como quem muda de situação! O próprio João Baptista nos esclarece: " Eu baptizo na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito”. Mas sim, porque deste modo, Jesus se manifesta solidário para com a multidão dos pecadores. No dizer de São Paulo, “ele fez-se pecado” (II Cor.5,21) por nós! Neste acontecimento, começa já a desenhar-se, em Jesus, a imagem real do Servo de Deus, que “toma sobre os seus ombros o peso da culpa da humanidade inteira”! Jesus dá assim início à sua missão, tomando o lugar dos pecadores! Este é o caminho que o há-de levar à cruz e se há-de consumar na sua paixão e morte. Esse sim, será o seu verdadeiro baptismo (Lc.12,50). E aí, sim, na sua paixão, morte e ressurreição, Jesus libertar-nos-á do poder da morte e ressuscitar-nos-á, para caminharmos numa vida nova.

No final da celebração foi distribuído um aperitivo, no decurso do qual todos os presentes tiveram a oportunidade de travar conhecimentos num contexto amigável e informal.
José Martinho

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