jeudi 12 février 2009

LIMAR DE ARESTAS

"Pode um cego guiar outro cego?...”
( Lc 6, 39 – 45 )
Jesus deixa uma crítica mordaz a todos os projectos de crescimento. A relação tem de ser construtiva, o “que não cresce, decresce”. Um “mestre” que não conheça o caminho não pode ser um guia válido.
Mas atenção a proposta de Jesus é surpreendente: ele não é um Mestre invejoso do progresso dos discípulos.
Pelo contrário, deseja ser igualado por eles!
O modo de crescimento, supõe o crivo do próprio coração, isto é, da própria consciência.
Desse bom tesouro só poderá sair o bem. Quem tem dentro de si um mau tesouro, ainda que aparente praticar o bem, só perde tempo de vida.
Somos ingénuos quando perdemos a capacidade de ouvir, analisar e entender, diante de falsas sabedorias e frutos “podres”. A nossa linguagem transporta sentido crítico e deve inflamar, iluminar e inquietar.
A pessoa sábia – que não se engana a si mesma - é capaz de ler no coração de quem fala, na dor e na dúvida, a felicidade que só reside no coração.

O amadurecimento pessoal supõe mais o limar de arestas daquilo que “eu sou” e não tanto o cultivar duma “imagem perfeitinha” do que “eu devia ser”.
Pe. Aloísio

PROFISSÃO DE FÉ: SIM OU NÃO?

Percorrendo diversos sites, na Internet, relacionados com a nossa vida de fé e partilha espiritual, encontrei este artigo de opinião, de um Sacerdote que eu conheço da minha Diocese, o qual me chamou a atenção sobre a realidade de uma matéria, que mais tarde ou mais cedo poderá surgir na nossa Missão.

Passo a citar:
“Vou lançar este tema a debate, porque parece que isso não tem acontecido em muitos sítios. Muitas paróquias estão a terminar com a festa da profissão de fé unilateralmente, em nome de algumas teorias. Embora não seja uma festa obrigatória, eu estou convencido de que não deve terminar. Mas qual a vossa opinião?

As razões para terminar são as seguintes: não é importante; a verdadeira profissão de fé é o crisma; as pessoas dão muita importância e gastam muito dinheiro, servindo para exibicionismos. Tudo isto é verdade. Mas a solução passará por reduzir a festa a uma simples celebração como a do pai-nosso? Não seria melhor dar mais importâncias às outras festas?

Conheço uns pais que, a título pessoal, fizeram dessas festas simples, algo de importante. Convidaram os avós para a festa, e depois foram jantar todos. É um bom exemplo. Não será que haverá muitos preconceitos e falta de diálogo por parte dos responsáveis que tomam estas atitudes? Não quero condenar, mas questionar. Não é por se dar importância à Profissão de Fé que as pessoas vão retirar importância ao Crisma. Devemos criar motivos e oportunidades para que as pessoas venham à Igreja. Depois não nos podemos queixar da pouco afluência de fiéis.

Aprendamos a trazer Deus para perto do homem, como Cristo o fez. E não o contrário. A fé não pode ser desumanizante nem desumana”.
Quinze dias após termos celebrado o Sacramento da Confirmação, este artigo de opinião, levou-me a rever os meus pontos de vista, onde me situo?... As nossas catequeses serão simplesmente apontadas para as festas?... Ou pelo contrário para a vivência e aprofundamento no crescimento da Fé em Jesus Cristo....

Será um tema a aprofundar ...
Pe. A. Araújo

ANO PAULINO

Estando a viver o “Ano Paulino”, para que possamos ter um melhor conhecimento de quem foi S. Paulo e a sua vida, colocamos aqui a PROVÁVEL CRONOLOGIA DE SÃO PAULO

1-10: Nasce e vive em Tarso
15-20: Estuda em Jerusalém
36: Conversão
36-39: Em Damasco, Arábia, Jerusalém
39-43: Em Tarso
43-44: Em Antioquia
44-48: Primeira viagem apostólica
49-50: Concílio de Jerusalém Confronto com Pedro em Antioquia
49-53: Segunda viagem apostólica
51-52: Em Coríntio, escreve a 1 e 2 Carta aos Tessalonicenses
53-58: Terceira viagem apostólica
54: Em Éfeso, escreve a Carta aos Gálatas
55: Em Éfeso, escreve a 1 Carta aos Coríntios
57: Em Filipos, escreve a 2 Carta aos Coríntios
57-58: Em Coríntio, escreve a Carta aos Romanos
58-60: Preso em Cesareia
60-61: Viagem a Roma
61-63: Preso pela primeira vez em Roma. Carta aos Efésios, aos Colossenses, a Filémon, aos Filipenses
63-64: Viagem a Espanha
64-66: No Oriente, 1 Carta a Timóteo da Macedónia
66-67: Preso pela segunda vez em Roma. 2 Carta a Timóteo
67: Martírio em Roma

CAMPANHA DA QUARESMA 2009

“Um clima são para assegurar o pão quotidiano”

A campanha ecuménica 2009 é o segundo capítulo de uma campanha de três anos (2008-2010) sobre o direito à alimentação. O slogan desta campanha, expõe à luz do dia a necessidade de proteger activamente o meio ambiente, para que o direito à alimentação de cada ser humano seja assegurado.
A campanha persegue dois objectivos principais: ela pensa relembrar que o direito à alimentação é um direito que deve ser garantido a todo o ser humano. A este respeito, o aquecimento global constitui uma dificuldade suplementar para os productores e productoras do Sul, que pode ser resolvida graças a mecanismos de adaptação apropriados (agricultura durável, cultura biológica, biodiversidade, etc.).

Por outro lado ela quer sensibilisar a população suíça sobre a necessidade de adoptar medidas concretas, na Suíça e à escala international, a nível político ou individual, a fim de limitar as emissões de CO2 no mundo.

José Martinho

A BASÍLICA DE NOTRE DAME RECEBEU A COMUNIDADE PORTUGUESA PARA O SACRAMENTO DA CONFIRMAÇÃO

Dia de festa para os católicos portugueses das comunidades de Lausanne e Renens. Com efeito, no passado dia 25 de Janeiro, o Monsenhor Jacques Banderet, antigo Vigário episcopal da zona francófona do cantão de Fribourg, enviado por Mgr. Bernard Genoud, Bispo da diocése de Lausanne, Genève e Fribourg, administrou o Sacramento da Confirmação a nada mais, nada menos que 93 jovens e adultos, sinal de que, no seio da nossa Missão, a fé se encontra bem viva e a chama está bem acesa.

Na sua homilia, Jacques Banderet recordou que “a celebração deste Sacramento resulta a efusão especial do Espírito Santo, como outorgado antigamente aos apóstolos por ocasião do Pentecostes, o aprofundamento e crescimento da graça batismal e do sentido da filiação divina, une o crismando mais sólidamente a Cristo, aumenta os dons do Espírito Santo, torna mais perfeita a sua vinculação com a Igreja e concede uma especial graça para testemunhar a fé. A doutrina sobre este sacramento afirma que ele imprime "carcáter", como que se deixasse na alma um selo ou marca indelével que vincula o crismando como se fosse uma "propriedade" de Cristo. Este evento normalmente é realizado após os 15 anos de idade, sendo esta considerada a Idade da Razão”.
Monsenhor Banderet comparou o Crisma à conversão de S. Paulo: “
No ano 35, quando Saulo tinha cerca de 30 anos, na sua luta contra os cristãos chefia um grupo que vai galopando para Damasco, com autorização dos sumos sacerdotes, para eliminar um grupo de cristãos e levar os seus chefes algemados para Jerusalém.Paulo diz que no caminho, já próximo de Damasco, se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu e lhe apareceu Cristo Ressuscitado, que lhe disse: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?» Saulo perguntou: «Quem és Tu, Senhor?» A voz respondeu: «Eu sou Jesus a quem tu persegues. Agora levanta-te, entra na cidade e e aí te dirão o que deves fazer». Perseguindo os membros da Igreja, Paulo estava a perseguir Cristo que é a sua Cabeça”.
Após o diálogo com Cristo Ressuscitado, Paulo, de perseguidor dos cristãos torna-se um homem novo, o mais ardente missionário do Evangelho, que irá dedicar o resto da sua vida a Cristo, numa contínua identificação com Ele ao ponto de poder dizer: «Para mim viver é Cristo» (Fl 1-21); «Já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.» (Gl 2,20).

Para aqueles que recebem o Sacramento da Confirmação, e à semelhança do que aconteceu com S. Paulo, mais do que uma «conversão», mais do que uma mudança esforçada, há aqui um encontro inesperado, uma revelação plena, uma luz intensa, uma graça divina. Aliás, quer no livro dos Actos quer nas Cartas, do seu próprio punho, Paulo nunca se refere a este como uma «conversão».
Para Jacques Banderet “trata-se, sempre, de uma iniciativa de Jesus, que vem ao encontro de Paulo, para o fazer outro e para o fazer Seu. Esta mudança radical de Paulo não vem da sua renúncia ao mal passado, mas resulta daquela inesperada e repentina «revelação», daquela iluminação interior, que cura a sua cegueira, e o faz ver e viver tudo de modo novo. A conversão de Paulo não é, pois, fruto do seu pensamento, da sua evolução psicológica ou de uma revolução moral. Brota simplesmente deste acontecimento fundamental: o encontro luminoso com Cristo Jesus, que o surpreende, agarra, escolhe e envia”.
José Martinho

O CARNAVAL

O Tempo Comum da nossa liturgia católica é dividido pelos Tempos da Quaresma e da Páscoa. Ao terminar esta primeira fase do Tempo Comum, entre o Natal e a Quaresma, temos a festa do Carnaval, que claramente não sendo litúrgica no sentido estrito, terá a sua origem na liturgia, marcando contraste com a Quaresma.
O Carnaval não tem data fixa, pertence ao conjunto de festas regidas pelo ano lunar. Como a data da Páscoa é marcada pelas fases da Lua, também a Quarta-Feira de Cinzas o é, por relação com a Páscoa, e por consequência a Terça-Feira de Carnaval.

Assim, a festa carnavalesca talvez tenha surgido a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa, pela Igreja católica, antecedida por quarenta dias de jejum: a Quaresma.
Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma.
O termo Carnaval pode ter origem nas expressões latinas: carne vale (adeus carne, que se deixava de comer a cada sexta-feira da Quaresma), ou car navalis = (espécie de ferry boat, donde terá vindo a ideia dos carros alegóricos).
Em geral, o Carnaval é à terça-feira, antes da Quarta-Feira de Cinzas, mas pode ter a duração de três dias, os dias que antecedem a celebração das Cinzas, início da Quaresma.
Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes do início da Quaresma. Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinónimo de Carnaval.
Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes.
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram os bailes de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos.
Ao carácter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando os formatos actuais.
O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro inspirar-se-iam no Carnaval francês para implantar as suas novas festas carnavalescas.
Actualmente, o Carnaval de Salvador, Brasil está no Guinness Book como a maior festa de rua do mundo.
Em Portugal, existe uma grande tradição carnavalesca, nomeadamente os Carnavais da Ilha da Madeira (donde terão saíram os imigrantes que terão levado a tradição do Carnaval para o Brasil, Ovar, Podence, Loulé, Sesimbra, Rio Maior, Torres Vedras e Sines, destacando-se o de Torres Vedras, Carnaval de Torres, por possuir talvez o Carnaval mais antigo e dito o mais português de Portugal, que se mantém popular e fiel à tradição rejeitando o samba e outros estrangeirismos.


Juntamente com o Carnaval de Canas de Senhorim com perto de 400 anos e tradições únicas como os Pizões, as Paneladas, Queima do Entrudo, Despique entre outras.
Nos Açores, mais propriamente na ilha Terceira, reside uma das formas mais peculiares do Carnaval em Portugal, as Danças e Bailinhos de Carnaval. Esta tradição, tida como a maior manifestação de teatro popular em Portugal, remonta ao tempo dos primeiros povoadores e reflecte um estilo teatral bem ao jeito dos Autos vicentinos.

Carnaval da Suíça
O carnaval suíço começa com a quarta-feira de cinzas, na madrugada escura (inverno, norte dos Alpes). A iluminação pública é apagada e lanternas enormes ilustrando motivos políticos e sociais são iluminadas. Músicos com flautas piccolo e tambores passeiam pelas cidades.
Na Suíça Central tudo se concentra mais antes da quarta-feira de cinzas e no fim-de-semana anterior. Bandas com percussão e instrumentos de sopro, desfilam carros alegóricos que comentam motivos políticos e sociais. Como a agricultura era muito importante antigamente, o sino de vaca também está presente. Ou dois sinos ao lado do corpo, sendo carregados com um pau sobre os ombros; ou um sino nas costas seguro por cinto muito largo em volta da barriga.

Pe. José Carlos

FRAGILIDADE E AMOR

O primeiro gesto simbólico da Quaresma é a imposição das cinzas. Aproveita-se este elemento terreno, fruto da “imposição” do fogo, para daí se retirar o seu significado. O que se recorda é a fragilidade humana, o carácter transitório da vida, a irreversibilidade do tempo que desgasta progressivamente as pessoas e as coisas. É um apelo à humildade, à consciência da fraqueza do homem perante a grandeza da vida que é passageira neste mundo.
Mas todo este lado negativo da existência terrena pode encontrar uma resposta.
A Pessoa e a Palavra de Cristo emergem como alternativa e interpelação. Com todo o seu dinamismo, sem rodeios. É que há o “Cristo simpático”, hoje dir-se-ia “soft”, que agrada mas é inegavelmente redutor. Não há que esquecer o “Cristo da Cruz”, que assume o lado trágico do homem, todo o seu drama existencial, que não volta costas à realidade. É o Cristo do desespero e da dúvida que chega a clamar da alto da cruz: “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?” .
Mas, para tal, torna-se necessária a vontade da conversão que tantas vezes se exprime na violência interior, num caminhar doloroso mas consistente.
O Deus da consolação não nos liberta do peso dos perigos, mas está ao nosso lado com a Sua misericórdia e o Seu perdão. Para responder ao que aparece sem solução possível aos humanos, para aliviar a nossa fragilidade.

A imposição das cinzas

A imposição das cinzas é um rito penitencial e chama a atenção de cada homem para a “própria realidade”: “lembra-te que és pó e ao pó hás - de voltar”.
Mas também chama cada um à renovação interior: “arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.
A cinza é o fruto da “ queima” de ramos de oliveira benzidos no domingo de ramos.
Com a imposição das cinzas, os cristãos iniciam o tempo estabelecido para a purificação do espírito.
Este rito penitencial vem da tradição bíblica e tem-se mantido nos costumes da igreja universal, significa a condição do homem... e expressa a vontade interior de conversão.
Com este rito, o homem inicia o caminho da sua conversão que tem a sua meta na reconciliação com o Pai.
Quaresma: oração, jejum, caridade, partilha, reflexão sobre a palavra de Deus.

Nas nossas Comunidades de Lausanne ( Valentin e Mon-Gré), somos convidados a celebrar , no próximo dia 25 de Fevereiro na Basílica de Notre Dame ( Valentin), a Eucaristia com a Imposição das Cinzas, às 18h20.
Pe. Aloísio

DIA DESPORTIVO CANTONAL EM LAUSANNE

Sábado, dia 31 de Janeiro, o grupo de jovens “Tugas” participou num evento desportivo cantonal nas salas de ginástica do Gymnase du Bugnon das 09h00 às 17h30, após um convite feito por “PASAJ” - Pastorale d’Animation Jeunesse de l’Eglise Catholique du Canton de Vaud.
Estiveram 10 grupos de jovens neste dia, muito cansativo para todos os jovens que deram o melhor que tinham nos jogos.


Foram formadas 2 equipas dos “Tugas” porque éramos numerosos, a 1ª. equipa ficou no 1° lugar e a outra no 2° lugar do torneio. Este dia de desporto, que reúnia vários desportos como o futebol, o volley-ball, o basket-ball e o uni-hockey, foi uma maneira para os jovens de se encontrarem com outros grupos de jovens do Cantão de Vaud e de partilhar através da magia do desporto a chama religiosa.

Os “Tugas” e os outros jovens demonstraram a todos que a juventude não é assim tão má, como algumas pessoas afirmam, porque fizeram neste dia prova de civismo, fair-play e que não têm diferenças com outros povos e pessoas, ou com cores de pele diferentes!
No final do torneio, foi celebrada uma missa para nós os jovens. esta experiência mostra-nos que ao longo da missa somos todos iguais e o que nos une é a nossa fé.
Este dia 31 de Janeiro fortaleceu os valores de partilha e trouxe alegria a todos os jovens que participaram no evento e também podemos dizer que no nosso grupo os “Tugas” somos muito unidos e que a nossa amizade esta cada vez mais forte.

E na opinião comum, foi uma experiência que todos gostariam de repetir...
Patrick Silva Dias

PARA CONHECER MELHOR AS COMUNIDADES DE «LA CÔTE»

As Comunidades Católicas de Língua Portuguesa da «Côte» são em número de três: Morges, Etoy e Nyon.
Para a celebração da Eucaristia Dominical, estas Comunidades reúnem-se habitualmente na Igreja da Longeraie (Paróquia de Morges), Templo Reformado de Etoy (Paróquia de Saint-Prex) e Igreja Paroquial de Nyon.
As três comunidades já são «adultas»: têm todas mais de 20 anos! Tiveram o seu início nos anos 80. A Comunidade de Nyon esteve durante muito tempo ligada a Genebra e só nos últimos anos é que passou a fazer parte da Missão Católica Portuguesa de Lausana.
Para a celebração da Imaculada Conceição (Padroeira e Rainha de Portugal), no 8 de Dezembro passado, foi possível reunir as três comunidades numa única Eucaristia, que se celebrou em Nyon, onde curiosamente a Igreja é também dedicada à Imaculada Conceição.


Na procissão de entrada, um representante de cada Comunidade levou uma vela e as três velas permaneceram acesas durante toda a celebração, aos pés da imagem da Imaculada Conceição. Também se mandou fazer uma bandeira do nosso país, da época em que a Imaculada Conceição foi declarada Padroeira e Rainha de Portugal: no ano 1646, quando era rei de Portugal Dom João IV (uma bandeira toda branca, com o escudo real no centro).
Os cânticos foram assegurados por membros dos três grupos corais. Participaram ainda os Grupos de Jovens de Morges e Etoy. No final da celebração eucarística, todos os presentes foram convidados para um convívio no salão. Deixo aqui os parabéns e um bem-haja a todos e, de modo especial, aos que prepararam e organizaram tudo com amor e dedicação!
Esperamos todos que esta celebração venha a ser repetida nos próximos anos, pois, apesar da justa devoção que temos a Nossa senhora de Fátima, é bom não esquecermos que a nossa Padroeira, desde há quase 400 anos, é a Senhora da Conceição (ou Imaculada Conceição), cuja Festa se celebra precisamente a 8 de Dezembro.

A actual Igreja de Nyon é bastante moderna e foi inaugurada em 1977, sendo edificada perto do Castelo. Está construída exactamente no mesmo lugar da antiga igreja, que foi demolida em 1975, e que tinha servido os católicos de Nyon desde o ano de 1839, quando puderam ter de novo a sua igreja.
É bom recordar aqui que as Igrejas Católicas passaram para as mãos dos protestantes no ano de 1536 e que, durante cerca de 300 anos, foi proibida a prática da fé Católica tanto no Cantão de Vaud como em Genebra. Só a partir de mil oitocentos e pouco é que os católicos foram autorizados de novo a ter as suas igrejas e a poder celebrar a Missa.
A paróquia católica de Nyon é muito vasta, estende-se por 27 comunas e tem cerca de 22 mil católicos. Para além dos de língua francesa, existem também as comunidades de língua italiana, espanhola e portuguesa.

A Comunidade Portuguesa de Morges celebra a sua Eucaristia na Longeraie. Esta igreja (os suíços chamam-lhe «capela», apesar de ser grande como uma igreja) foi inaugurada no ano de 1954, tem cerca de 250 lugares e o padroeiro da igreja é São Domingos Sávio, um Santo que morreu com 15 anos incompletos (faltava-lhe um mês) e era grande amigo e discípulo de São João Bosco, que o ajudou imenso, já que ele era um jovem de famílias humildes, mas com um coração muito puro e generoso. Há 50 anos atrás, junto da capela, ficava o Instituto da Longeraie, para rapazes. Por isso, é natural que fosse escolhido um santo tão Jovem para padroeiro da igreja onde os rapazes rezavam!
A Igreja paroquial situa-se em Morges, na Rue Louis de Savoie (Luís de Sabóia), chamado «o Senhor de Vaud», que fundou a cidade de Morges no século XIII (faleceu no ano de 1302). Esta igreja foi inaugurada em 1844 e é dedicada a São Francisco de Sales, o santo que foi bispo de Genebra, cuja festa celebrámos no passado 24 de Janeiro.
A paróquia de Morges engloba 31 comunas e tem 14 mil católicos, englobando os de língua francesa, portuguesa, espanhola e italiana.

Finalmente uma palavra sobre a Comunidade de Etoy, a mais pequena em número mas que não é menos importante que as outras!
Esta comunidade celebra a Eucaristia no Templo da Igreja Reformada ou Protestante, em Etoy. É um bom exemplo de como é possível, hoje, católicos e protestantes se entenderem, apesar das lutas e incompreensões que existiram no passado!
Os católicos não têm igreja em Etoy! A Igreja paroquial está em Saint-Prex. Nesta paróquia vivem ao todo cerca de 4400 católicos e muitos deles são portugueses! A missa católica só voltou a ser celebrada em Saint-Prex em 1917, há apenas 90 anos, portanto! Curiosamente foi esse o ano em que Nossa Senhora apareceu na Cova da Iria!
E sem dúvida que é a Senhora de Fátima que une todas as comunidades portuguesas. Se fôssemos a escolher o Santo de cada terra, seria uma grande confusão, pois ninguém gostaria de ficar para trás. Assim, a Virgem Maria, que todos invocamos como Senhora de Fátima, é que segura e protege a unidade da fé de todos os portugueses. Que Ela mantenha sempre sobre nós o seu olhar de Mãe!
Pe. José Anastácio Alves